domingo, 13 de fevereiro de 2011

Edgar MORIN e a Complexidade...

EDGAR MORIN, francês, nascido em 1921, filho de pais judeus, autoentitula-se como "contrabandista de saberes" e "artesão sem patente registrada", sendo considerado um "divisor de águas" na história do conhecimento científico do século XXI, da mesma forma que Descartes o foi no século XVII, quando inaugurou os fundamentos da ciência moderna. Autor de mais de 50 obras, é em "O Método" (dividido em 5 partes, recheadas de ira, afetos, perplexidades e incertezas) que começa a delinear os fundamentos de uma "Ciência da Complexidade", inspirado pelos escritos de Bachelard e Prigogine, um dos principais predecessores da utilização de tais pensamentos (complexos), e que se baseia numa abordagem transdisciplinar dos fenômenos. Tem como princípios basilares de sua vida a INCERTEZA e a PERPLEXIDADE que permeiam o conhecimento científico e o quotidiano da vida das pessoas. Para Morin, a REFORMA DO PENSAMENTO só é possível a partir de uma "ciência nova", cuja reforma consiste em "por vida nas idéias e as idéias na vida". A verdadeira revolução no ensino acontecerá por intermédio da "religação dos saberes disjuntos" em face da fragmentação e da superespecialização que marcaram as bases da ciência moderna.


 Edgar Nahoun, que mais tarde passou a se chamar de Edgar Morin, nasceu em 8 de julho de 1921, e até hoje tem dificuldades de dizer a sua origem (Grego, Turco ou Espanhol), o que facilita sua atitude transdisciplinar.
 Licenciado em História, Geografia e Direito.
 Auto-entitula-se como um “contrabandista de saberes” ou “artesão sem patente registrada”.
 Transita livremente entre as ciências da vida, do mundo físico e do homem.
 Pretende rejuntar o que o pensamento fragmentado da superespecialização disciplinar fraturou. É a religação dos saberes disjuntos.
 Tem por obsessão a reforma do pensamento, que ocorrerá mediante o surgimento de uma “ciência nova” traduzida em seus manuscritos a partir de 1970.
 Afirma que “a totalidade é a não-verdade” e que a complexidade é movida pela dinâmica da “incompletude”.
 Sem abrir mão da disciplina intelectual e do rigor, Edgar Morin tem por princípios a hipótese do inacabamento da cultura, do sujeito, das idéias e do conhecimento.
 Suas idéias são discutidas em obras abertas como Sociologia, Antropologia, Política, Educação, Cultura, escritos de conjuntura, livros sócioautobiográficos, romances, cinema, imaginário e cultura de massa.
 Faz uma crítica incisiva contra a “burocratização do saber” e a “alta cretinização” que compromete a ciência.
 É um pensador que abriu mão dos confortáveis limites disciplinares para fazer dialogar os conhecimentos, como condição sine qua non para enfrentamento dos desafios deste século.
 Considerado como sendo um “humanista sem fronteiras”, no qual só pode haver “ciência com consciência”.
 Acredita na “reforma da universidade e do ensino fundamental” ao tempo em que expõe as suas incertezas.
 Lança as suas bases de pensamento em uma ética planetária que se inicia na ética individual (auto-ética).
 Para Morin, o pensamento é “um combate com e contra as palavras”.
 Enfatiza o “sujeito cognoscente” e sua relação com as experiências que o constrói.
 De forma recorrente em todos os seus escritos, Morin sublinha as armadilhas do processo de percepção e decodificação do mundo, da informação e dos fenômenos.
 Gaston Bachelard (1884-1962) é o autor que usa pela primeira vez a expressão “complexidade” em sua obra “O novo espírito científico”.
 A complexidade se constrói à medida em que começam a se dissolver os “quatro pilares da certeza” em que se assentava a ciência clássica. Os pilares são: ordem; o princípio da separabilidade; o princípio da redução; e a lógica indutiva-dedutiva-identitária.
 Os quatro pilares são sacudidos pela desordem, pela não-separabilidade, pela não-redutibilidade e pela incerteza lógica, que surgem em face dos avanços ocorridos nas ciências (século XX).
 Acredita que uma sociedade mais justa e igualitária somente será possível por meio de uma nova e complexa compreensão do mundo.
 Aposta nos contextos educacionais (educação para a complexidade) como investimento prioritário para a “Reforma do Pensamento e da Educação” nas obras: “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, “A cabeça bem-feita” e “A religação dos saberes”.
 Vê o mundo como um todo indissociável e propõe uma abordagem multidisciplinar e multirreferenciada para a construção do conhecimento.
 A proposta da complexidade é a abordagem transdisciplinar dos fenômenos, e a mudança de paradigma, abandonando o reducionismos que tem pautado a investigação científica em todos os campos, dando lugar à criatividade e ao caos.
 Distinção, união e incerteza são palavras essenciais da teoria da COMPLEXIDADE.
 Princípio da Simplificação = separar e reunir ; Princípio da Complexidade = reunir e distinguir. O pensamento que separa tem que ser complementado pelo pensamento que une.
 Tetragrama de MORIN (Complexidade) = ORDEM + DESORDEM + INTERAÇÃO + ORGANIZAÇÃO.
 Teoria dos Sistemas afirma que “o todo é, ao mesmo tempo, maior ou menor que a soma das partes”.
 Princípio Hologramático afirma que “o todo está nas partes e as partes estão no todo”
 Ressaltamos a existência do “Grupo de Estudos da Complexidade - GRECOM” na UFRN, e que se destina ao estudo das idéias de Morin e de outros pensadores da complexidade. Edgar Morin visitou nos anos de 1998, 1999 e 2003, recebendo o título de Doutor Honoris Causa.

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